segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Síndrome da Alienação Parental

Dia desses assisti a uma reportagem que falava de um pai brasileiro preso nos EUA acusado de abusar dos filhos. A reportagem também falava de outros pais (americanos), que foram presos pela mesma acusação, já inocentados. Os filhos do brasileiro, assim como os dos outros pais inocentados, frequentavam o consultório da psicóloga Linda Bernnardo, que induzia as crianças a mentirem e acusarem os pais. A psicóloga perdeu a licença para trabalhar, desapareceu. Um dos pais americanos inocentados possui, hoje, a guarda da filha que foi forçada a acusá-lo, mas o brasileiro continuava na cadeia.
A "Justiça" americana, diante da pressão brasileira, tentou corrigir o "equívoco" estipulando para o pai brasileiro uma fiança: 75 milhões de dólares! Piada? Não.. é a mais pura verdade!
Pela lei dos EUA o preso deve ser julgado em 150 dias, mas o brasileiro está há mais de dois anos e meio na prisão.
O que mais me entristece é que se esse fosse apenas um caso clássico de preconceito, seria triste. Mas a mãe dessas crianças cometeu o que, na minha opnião, é um dos erros mais graves que se pode cometer: a Alienação Parental.
É mais comum do que se imagina e muito mais grave do que parece ser. Acontece quando pais se separam e, conscientemente ou não, usam seus filhos como moeda de troca para atingir o outro. Usam da influência que têm sobre os filhos para jogá-los contra o pai ou mãe. Fazem com que os filhos mintam, enganem, traiam ou odeiem seu pai ou mãe. Cruel, não?
Hoje mesmo estava conversando com uma mãe, uma mulher simples, sem muitos conhecimentos, e ela me dizia que seu filho só passou a frequentar a casa do pai aos 11 anos porque o pai foi ausente durante toda a sua infância, nunca se importou. Então ela me disse que precisava fazer o filho entender que o pai não presta, mas o filho não acreditava e idolatrava o pai.
Eu entendo essa mãe. Muitas vezes nos parece injusto o afeto que o filho sente por um pai omisso quando nós, mães, damos a vida, a juventude, todo o nosso dinheiro, nosso tempo para criar um filho que não fizemos sozinhas. Passamos noites e noites acordadas, mudamos o estilo de vida, as prioridades, as nossas necessidades, enquanto o pai separado parece não entender que o que acabou foi apenas o casamento.
Calma, papais.. não estou generalizando. Estou falando de uma situação pontual.
Mas o lado bom de tudo isso, mamães, é que os pais nunca serão mães! E se o filho idolatra o pai ausente é justamente pelo fato desse pai ser uma novidade na vida dele. Eu prefiro mil vezes que minha filha idolatre o pai do que a mim. Não quero estar num pedestal, quero estar ao lado dela enquanto eu existir... quero ser sua amiga, sua confidente, sua mãe! Quero que ela esteja acostumada com a minha presença a ponto de enjoar de mim. Não tem problema.
Assim, vou saber que dei valor, que participei de cada momento de sua vida e quando ela amadurecer, quando estiver num daqueles momentos em que a gente relembra nossa própria vida como se fosse um filme, ela vai me ver em todas as cenas.

5 comentários:

  1. Você escreve muuuito né? Sou sua fã!! Te amo!

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  2. Oi Jú,
    eu vi sobre este caso também... achei mega absurdo o o tempo de espera deste julgamento e também do valor da fiança... e sem contar sobre o sumiço da psicóloga, fala sério...
    Linda! eu tb quero ser uma mamy mega presente na vida do meu fihotinho que vem vindo!!! Nada de idolatrar... ate porque a gente só idolatra pessoas distantes... e idolatrar não é amar.... eu prefiro ser amada! :)
    Bjocassss
    Pra vc e pra Sofy
    Da Dani e do baby :)

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  3. Guria, que coisa isso não? Esse país porcaria nem se mobiliza em prol do cara, que se fosse o contrario estariam Hilary, Obama e todo mundo fazendo pressao pra soltar o cidadao americano. Amo seus textos, são fortes e corajosos, nao deixe de escrever, ok? bjs pra ti e na sophia linda!

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  4. "Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te." (William Shakespeare)
    Quando escreveu ou falou esta frase ele deveria estar se referindo as mães.
    Muito triste isso, mas é a vida como ela é. Infelizmente.
    Bjs

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  5. Um Pai passou por aqui.

    Parabéns pelo texto.

    O maior medo de qualquer pai e separado. Às vezes até cedemos mais do que gostaríamos para evitar conflitos que levem a isso.

    Abraço!

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